

Baby Gras iniciou sua trajetória artística em 1971 com pintura a óleo sobre tela e tecidos. Ao longo das décadas seguintes, desenvolveu uma prática visual que atravessa pintura, escultura, colagem e instalação, com forte presença da materialidade, da experimentação com texturas e da sensibilidade do gesto. Sua formação artística inclui estudos com Sergio Fingermann e Nikolas Vlavianos, além de experiências no exterior, como os cursos de desenho tridimensional, escultura e joalheria realizados na Califórnia, nos anos 1980.
A partir de 1985, expandiu sua atuação para o campo do design têxtil, desenvolvendo estampas e tramas para os setores de moda e decoração. Em 1988 fundou a marca Baby Gras Tecidos, com a qual criou tecidos exclusivos para o mercado nacional. Seu trabalho nessa área foi reconhecido com três prêmios do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, e o Primeiro Prêmio de Design da Bienal de Curitiba. Em 1993 concluiu o mestrado em Design Têxtil na Central Saint Martin’s School of Art and Design, em Londres, onde desenvolveu projetos voltados para o mercado de contrato internacional, com foco em exigências técnicas e normativas para bancos, hospitais, hotéis e espaços públicos.
Desde seu retorno ao Brasil em 1994, Baby Gras reabriu seu ateliê em São Paulo, atuando como artista e consultora, e consolidando uma produção que articula arte e design. A partir dos anos 2000, participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, com destaque para mostras em São Paulo, Rio de Janeiro, Milão, Gênova e Santa Margherita Ligure. Suas exposições mais recentes incluem Sem Fronteiras, In Natura e Intimus (todas em 2025), desenvolvidas ao longo de mais de uma década, em que investiga relações entre corpo, território e natureza, por meio de composições visuais sutis, harmônicas e sensoriais. Sua obra figura em coleções públicas e privadas no Brasil e na Europa, mantendo um diálogo contínuo com práticas contemporâneas que cruzam arte, matéria e espaço.
Baby Gras tem predileção pelas formas compactas e maciças. Sua ênfase está na cor, nas transparências e nas modulações da matéria arranhada, raspada ou com incrustações e não no estritamente pictórico. Matéria, cor e luz tornam-se quase sinônimos em suas obras recentes.
Embora seu interesse seja mais metafísico e se dirija à relação entre forma e matéria, sua pintura se inscreve, de certo modo, no filão do abstracionismo geométrico, tipo Kandinsky e Max Bill, entre outros.
A evolução física e espiritual do ser humano através da história e o impacto da tecnologia moderna aproximam-se do atual universo de Baby Gras.
A capacidade de evolução da artista, que tem suas origens no design, lhe permite renovar sem cessar, seja na forma adequada à expressão de uma sensibilidade tanto introspectiva quanto profundamente sentida pela contemporaneidade


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